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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sobre a Revolução Egípcia de 2011

As redes sociais da Internet desempenharam papel fundamental na revolução.





 
          
A Revolução Egípcia de 2011 aconteceu como seqüência de uma revolta popular que começou em 25 de janeiro de 2011. A revolta, na qual os participantes tentaram dar ênfase a uma luta de natureza pacífica, consistia, sobretudo, em uma campanha de resistência civil que apresentou uma série de manifestações, passeatas, atos de desobediência civil e  greves trabalhistas. Milhões de manifestantes provindos de uma variedade de diferentes classes sócio-econômicas e religiosas exigiram a derrubada do regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Apesar de ser predominantemente de natureza pacífica, a revolução não evitou confrontos violentos entre as forças de segurança e os manifestantes. A campanha aconteceu em lugares como Cairo, Alexandria e em outras cidades no Egito, na sequência da Revolução Tunisiana, que viu a derrubada do presidente tunisiano. Em 11 de fevereiro, após semanas de protestos populares e de certa pressão, Mubarak se demitiu do cargo.
        As queixas dos manifestantes egípcios se focavam em questões jurídicas e políticas, incluindo a brutalidade da polícia, a lei de estado de emergência, a falta de eleições democráticas, a falta de liberdade de expressão, a corrupção incontrolável, bem como questões econômicas, como o desemprego, a inflação dos preços dos alimentos, e de baixos salários mínimos. As principais demandas dos organizadores do protesto foram o fim do regime de Hosni Mubarak, o fim da lei de emergência, a liberdade, a justiça, um governo de representações não militares e o direito à palavra no que diz respeito à administração dos recursos do Egito. As greves por parte dos sindicatos dos trabalhadores aumentou a pressão exercida sobre os funcionários do governo.
       Houve pelo menos 384 mortes e mais de 6.000 pessoas ficaram feridas. A capital do Cairo foi descrita como "uma zona de guerra" e a cidade portuária de Suez foi palco de frequentes confrontos violentos. O governo impôs um toque de recolher, o qual foi desafiado pelos manifestantes e a polícia e os militares não resistiram. A presença da Central de Forças de Segurança da polícia do Egito, leais a Mubarak, foi gradualmente sendo substituída por tropas militares reprimidas. Na ausência da polícia, ocorreram saques por quadrilhas cujas fontes da oposição afirmaram terem sido instigadas por policiais à paisana. Em resposta, os civis organizaram grupos de vigilância para a proteção da vizinhança. 
       Respostas internacionais aos protestos foram sendo misturadas, embora a maioria clamasse por algum tipo de protesto pacífico de ambos os lados em direção a um movimento de reforma. Os governos ocidentais, sobretudo, também expressaram preocupação com a situação. Muitos governos emitiram alertas de viagens e começaram a fazer tentativas de evacuar seus cidadãos do país. A Revolução egípcia, juntamente com os eventos da Tunísia, tem influenciado as manifestações em outros países árabes, incluindo o Iémen, Bahrein, a Jordânica e a Líbia.
        Mubarak dissolveu seu governo e nomeou o militar e ex-chefe da Direção Geral de Inteligência Egípcia, Omar Suleiman, como Vice-Presidente, na tentativa de evitar a dissidência. Mubarak pediu ao ministro da aviação e ex-chefe da Egito Air Force, Ahmed Shafik, para formar um novo governo. Mohamed ElBaradei se tornou uma figura importante da oposição, com todos os principais grupos de oposição apoiando o seu papel de negociador por alguma forma de unidade de governo transitória. Em resposta à crescente pressão, Mubarak anunciou que não iria se re-eleger em setembro.
         Em 11 de fevereiro, o vice-presidente Omar Suleiman anunciou que Mubarak deixaria o cargo como presidente e deixaria o poder para o Conselho Supremo das Forças Armadas.  A junta, liderada pelo efetivo chefe de Estado Mouhamed Hussein Tantawi, anunciou em 13 de Fevereiro que a Constituição seria suspensa, duas casas do parlamento dissolvidas e que os militares iriam governar por seis meses até que as eleições pudessem ser realizadas. O primeiro gabinete, incluindo o primeiro-ministro Ahmed Shafik, continuará a servir na qualidade de governo interino até que um novo governo seja formado. Shafik renunciou ao mandato em 03 de marco de 2011, um dia antes de grandes protestos para levá-lo a demitir-se serem planejados, ele foi substituído por Essam Sharaf, o ex-ministro dos Transportes.
 Outras Fontes:
 Pablo Capistrano, As Incertezas de 79 (Este uma reflexão filosófica sobre a revolução egípcia e outras anteriores).

1 Opiniões:

Geovanni disse...

A revolução egipcia ficou realmente muito parecida com os protestos à favor das eleições diretas no Brasil, afinal tinham propósitos semelhantes. Mas isso é resultado de uma sociedade que sofreu MUITO, e a população é como cachorro, só aprende na porrada, pra reagir pela sabedoria(ou pelo carinho no caso dos cachorros) precisa de muito esforço do estado e o estado não tem esse interesse. Então palmas para o Egito, Tunísia... Mas agora vem o segundo passo, o passo conturbado de adaptação e o que vai definir o futuro desses países.

Geovanni - 1º B - Instituto Brasil

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